Trabalhos nas áreas de ciência, trabalho, cultura e tecnologia serão apresentados
Isak de Castro, 18 anos, já foi reprovado duas vezes. Pensava em terminar o ensino médio para ter o segundo grau completo, mas não tinha perspectivas para o futuro. No entanto há dois anos esse deixou de ser o pensamento do aluno do 2º ano da Escola Monsenhor Landelino Barreto Lins, em Paudalho. Agora, Isak pretende ser historiador. Para isso, já realizou e até apresentou os resultados das suas primeiras pesquisas, como na ExpoEMI: Interatividade, Identidade e Integração, evento promovido pela unidade de ensino nesta segunda-feira (24), no qual os trabalhos do aluno são destaques.
“Já fui muito alheio aos estudos e até repeti de ano. Mas depois desse projeto percebi que sou capaz e que gosto muito da área de pesquisa. Quero continuar e me formar em história, dar aulas e ser um pesquisador”, conta Isak. Em seis meses de investigação, o estudante construiu um inventário com datas certificadas por fontes documentais sobre a vida política do município de Paudalho, dos anos de 1963 a 1988. “As fontes já existentes não dispunham de datas corretas e muito menos de provas documentais”. Isak pesquisou atas de reunião e de posses nos arquivos da Câmara de Vereadores e no Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano (Apeje), no Recife, e corrigiu toda a cronologia, além de embasar cientificamente os dados.
A exposição, coordenada pelo historiador e professor, Aluízio Medeiros, apresentou um panorama de transformações positivas no processo de construção da cidadania e do protagonismo juvenil. Foi a culminância de trabalhos desenvolvidos através do programa Ensino Médio Inovador, que abordaram os eixos de ciência, trabalho, cultura e tecnologia motivando a integração do ensino, pesquisa e extensão com foco no protagonismo juvenil. “O trabalho desenvolvido leva para os alunos o diferencial de unir o conhecimento aprendido no ensino regular com a prática da pesquisa, teatro e consciência ambiental. É um despertar para a tecnologia, a cultura e o protagonismo juvenil”, diz.
Cerca de 60 alunos estão envolvidos com os trabalhos de iniciação e prática científica em Ciências Humanas e Sociais. Para a gestora da unidade, Ângela Andrade, os projetos têm estimulado a aprendizagem e mudado a realidade dos estudantes da escola. “Eles ficam motivados e buscam os temas para suas pesquisas. Estudam o que gostam e isso facilita as coisas. Suas mentes se abrem e percebemos outras perspectivas de vida. E é isso que nos deixa felizes e realizados”.
A comunidade também pode visitar a ExpoEMI, que acontecerá durante toda a segunda, até o turno noturno. A medida, segundo Ângela Andrade, visa colocar a instituição de ensino como um espaço de estímulo para os estudantes, mas também busca apresentar à comunidade, as ações que estão sendo realizadas no espaço escolar, além de proporcionar interação no campo do estudo entre o ensino fundamental e médio.
Alguns dos trabalhos que estão sendo expostos no evento:
Exposição “Olhares sobre Paudalho” - A exposição conta com diversos quadros pintados a óleo pertencentes à Câmara dos Vereadores, assim como 60 fotografias resultantes dos trabalhos dos alunos na oficina de foto-filmagem. “Olhares sobre Paudalho” retrata a poética do cotidiano. A cidade é apresentada nos seus mais inusitados ângulos, focos e luzes. Durante a exposição um vídeo da oficina de foto-filmagem estará sendo apresentado.
Imagens e Identidade: um olhar local - Resultados das aulas de Educação patrimoniais dadas na disciplina de iniciação Científica. Serão expostos os trabalhos de pesquisa a respeito do patrimônio material e imaterial da cidade.
Ecotécnicas - Durante o curso Escolas Sustentáveis e COM-VIDA, os cursistas elencaram e desenvolveram duas ecotécnicas: A composteira caseira como solução para a diminuição do lixo orgânico e a Horta Suspensa como alternativa para falta de espaços adequados para plantio.
Stop motion - Técnica de animação de quadro a quadro realizado pela atividade integradora de Teatro.
Relações de gênero e sexualidade - Diante da grande quantidade de fatos e atitudes presenciadas na sociedade e nas escolas, achamos importante trazermos orientações abordando o tema, procurando conscientizar os alunos a reconhecerem que todos tem direitos e liberdade para expressarem sua sexualidade independente de sua opção sexual.
Uma pergunta: A ExpoEMI irá acontecer todas as segundas???
ResponderExcluirOpa Thaines, a proposta é que a ExpoEMI ocorra uma vez por ano pois a organização demanda muito tempo e energia. Como essa primeira exposição foi MUITO positiva, podemos pensar numa versão a cada seis meses. No próximo encontro do EMI proponha essa discussão ok?
ResponderExcluir